Que continue sendo sempre assim.
UT Suri-emu
Rita Norie Takeda
PERFIL
Veio do Brasil aos 18 anos com a família. Foi admitida na UT Suri-emu (antiga Suri-emu). Depois de trabalhar como intérprete e tradutora, exerceu a função de líder de produção e gerente de filiais das unidades de produção. Atualmente, é diretora da matriz de Okazaki. Seus hobbies são golfe, treinamento muscular e através do DIY (do it yourself), remodelar a sua casa.
Era uma garota de 18 anos que não sabia fazer nada.
Quando eu vim do Brasil para o Japão há 33 anos, comecei a trabalhar pela primeira vez, na fábrica da província de Aichi. Senti dificuldade para trabalhar a ponto de deixar o meu chefe preocupado. Enquanto as minhas irmãs entraram imediatamente na linha de produção, eu me recordo de ficar fazendo apenas tarefas simples por um tempo.
No entanto, desde criança, falávamos em japonês dentro de casa. Por isso, eu conseguia falar o japonês razoavelmente. Por este motivo, fui encarregada de ser intérprete e traduzir manuais de trabalho e documentos. Sentia-me envergonhada por não conseguir ler os caracteres japoneses manuscritos ou muitas vezes não encontrar as palavras apropriadas. Mas, graças a gentileza das pessoas ao meu redor, consegui aos pouco desempenhar a minha função.
Quando eu tinha 23 anos, 5 anos após ser admitida na empresa, fui promovida a líder de produção. Mudamos para a província de Chiba, onde como um dos membros que deu início a unidade de Chiba, eu era responsável pela produção e pelo trabalho administrativo. Foi um período de grandes desafios. Havia muitas dificuldades, mas não me abatia, pois eu estava focada no que estava à minha frente e tinha que manter os pés no chão.
Nessa época, eu casei e tornei-me mãe. Muitas vezes, enquanto eu estava trabalhando, a creche ligava avisando que a minha filha estava com febre. Lembro-me das minhas colegas de trabalho ajudando-me sempre, indo buscar a minha filha no meu lugar quando eu não podia ausentar-me. As minhas duas filhas devem ter se sentido sozinhas por estarem pouco tempo com a mãe. Mas, demonstraram grande esforço, acostumando-se rapidamente a creche e a irmã mais velha cuidava da irmã mais nova.
Todos são importantes.
E aos 29 anos, mudei-me para a província de Miyagi para assumir a gerência da
unidade . Era uma grande unidade com mais de 1.000 funcionários e uma equipe administrativa composta por
mais de 20 funcionários.
Em se tratando de prestar total assistência aos funcionários, a nossa diretriz sempre foi dar suporte no
dia a dia de cada um. Em particular, eu valorizava muito a assistência hospitalar. Pois, é muito difícil
para um pessoa que não entende ,não fala o japonês e não tem carro, ir sozinho ao hospital. Todos os
membros da equipe administrativa se esforçavam para dar todo o suporte, atendendo cada funcionário não
apenas no local de trabalho, mas também na vida cotidiana.
Para incentivar a interação dos funcionários e a feliz convivência no Japão, realizamos festas de Natal, passeios de esqui e viagens à Tokyo Disneyland. O grande churrasco tornou-se um evento anual. Preparar a maionese à moda brasileira durante um dia para o churrasco de 1.000 pessoas era desgastante, porém, muito divertido.
Aos 36 anos, retornei para a província de Aichi e atualmente sou responsável pela gestão de mão de obra, recrutamento da equipe administrativa para toda a região da matriz de Okazaki. Sinto-me feliz quando consigo atingir os objetivos juntamente com os meus colegas e quando percebo o crescimento de cada um.
Agora que tornei-me diretora, mesmo que pareça indiscreto, converso com as pessoas que estejam com dificuldade e mesmo antes de ser consultada, procuro dar todos os conselhos possíveis.
「Uma empresa como uma mãe」
Os funcionários costumam se referir à empresa dessa forma. Eu também penso o mesmo e desejo manter sempre dessa forma.